Seguidores

sábado, 11 de abril de 2009

Hoje a noite outra vez se calou


Hoje a noite outra vez se calou

Sentou-se e escutou

Uma lágrima que em mim caiu

Era o sentimento da revolta

Revolta por não conseguir gostar a sério

Talvez por me achar demasiado fraca?


Até a noite concordou

Mas calou-se e ali ficou

Ouvindo mais um suspiro de desespero

Mais um momento em vão.


Fiquei com a vergonha

Até a lua sentiu pena de mim!

Mas mais pena senti eu mesma

De apenas ter ficado assim…


“Apenas” pois esperava pior

E por ter sido tão fácil

Agora desiludida eu me sinto

Desiludida comigo mesmo

Afinal não consegui gostar a sério

Gostar como gostei outrora…



Desiludida porque momentos destes

Apenas servirão para me recordar

Daquela primeira noite

Em que a noite se calou

A meu lado se deitou e ali ficou

A observar cada lágrima

Caída no meu rosto

Envolvida de saudade, sofrimento e revolta…


Essa noite tudo silenciou

E pegando nas minhas mãos

À minha cara levou

Para me deixar ficar ali

Sentado no chão do quarto

Derrubada pela dor interior


Memórias que me vêm

Em tempos como este

Fazendo me sentir pena de mim

De não acreditar mais que dê certo

De sempre ter que terminar assim


Foi uma noite silenciosa

Em que tudo começou

Numa noite como esta

Que a minha esperança acabou


“Só não é prisioneiro

Quem ainda tiver esperança!”


Sou prisioneira de mim mesmo

Há muito que a esperança se foi

Hoje apenas me recordei

Lembranças daquela noite

Em que a noite se calou…


Caros amigos
Como pessoa independente e auto-suficiente que sou, tenho para vos dizer que tudo isto são apenas momentos que nos aparecem na caminhada…mais do que isso, eles fazem parte, eles são essenciais para poderes prosseguir forte e mais independente ainda… mas todos eles necessitam serem sentidos… todos estamos destinados a sofrer pois caso contrário a felicidade nunca teria sabor…
Achei que devesse desabafar para me sentir mais livre, e assim o fiz…
Achei que devesse ouvir a verdade para me sentir mais segura, e assim ouvi…
Tive uma enorme vontade de exprimir, numa folha, o que senti para esclarecer as minhas ideias, e por isso escrevi…
Foi então que descobri o que realmente me impedia este tempo todo…
Mas foi necessário passar pela curiosidade de saber, pelo desafogo de desabafar, pelo preço da verdade… para chegar, por fim, a tão esperada paz interior…


Margarida Palma